sábado, 31 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011



Foi um ano de muitas novidades e primeiras-vezes.
Iniciei-o em pleno e inédito alto-mar;
Virei calouro de um novo curso superior, em fevereiro;
Tornei-me proprietário de um bem maior que um Playstation em março;
Estudei e trabalhei muito em abril;
Não me lembrei de nada marcante em maio;
Em junho, sucesso futebolístico: comemorei título do meu Vascão depois de anos, e fui tricampeão da Taça Eric Hobsbawn de Futebol, Cultura e Arte, consolidando o time do 2003 United como o maior da História.

Em julho: mudei de emprego, mas não de serviço, que continua sendo público e federal. Criei coragem para começar este blogue. Ri e fiz rir, em uma viagem memorável com as descaralhadas.

Completei minha primeira meia-maratona, na Cidade Maravilhosa, em Agosto;
Não desisti do meu novo curso em setembro, e ganhei uma irmã linda em Outubro.

Em novembro, principiei sozinho minha primeira viagem internacional, e voltei dela com amigos e amigas inesquecíveis;
Cometi minha primeira gafe "jornalística" em dezembro, e terminei o ano com 6 quilos a menos, junto à minha querida família.


Valeu demais!

Relacionamento Sério: A Melhor Opção =/



Vários dias pensando sobre o assunto, duas noites em claro construindo um texto, fazendo o rascunho, preparando os argumentos, amarrando-os de forma lógica e até certo ponto criativa. Texto publicado. Quase tudo perfeito para a consolidação de uma crítica contundente a certo costume disseminado nas redes sociais - o de pessoas escolherem o status denominado "relacionamento sério" para definirem suas relações de "namoro"-, se não fosse por um grande erro de minha parte:

O Erro

Faltou-me, simplesmente, conhecer do objeto. Testar o sistema, verificar as opções fornecidas pelo Facebook (a principal mídia social, e na qual a criticada opção aparece tanto). Tivesse feito isso, constataria que não existe o status "namorando", e portanto, não há alternativa melhor para os enamorados do que o insípido "relacionamento sério" mesmo. Afinal, "noivo(a)" e "casado(a)" servem para outros estágios da paixão; "relacionamento enrolado" e "amizade colorida" são eufemismos de putaria; e viúvo(a), separado(a) ou divorciado(a) representam sofrimento demais para alguém divulgar isso.

A Justificativa

1. Inabilidade com a ferramenta: atire a primeira pedra aquele quem achou em menos de 20 minutos o caminho para trocar o status de relacionamento no Facebook! Aliás, deve ter gente que nunca o encontrou ou sequer sabe que existe. Depois da minha terceira tentativa, confesso que desisti de procurar. Não é fácil achar a caixa de diálogo que fornece as possibilidades de definição do relacionamento. Ainda nesse sentido e em minha defesa, é sabido que o próprio co-fundador da mídia, Eduardo Saverin, teve problemas com sua namorada por não conseguir mudar sua situação de solteiro para alguma que revelasse seu compromisso com a moça.

2. Transposição de mídias: se não existe no Facebook, o status "namorando" sempre esteve firme e forte no Orkut, onde apareceu primeiro e marcou presença no imaginário dos internautas brasileiros. Parecia óbvio que as opções fossem as mesmas para ambas as redes, mas as traduções diversificaram e nos deram a chance de escolhermos também entre amizade colorida, no Facebook, ou casamento aberto (???) no Orkut. De qualquer forma, eu não podia achar que as mídias se equivalessem em qualquer aspecto.

A Retratação

Eis então que venho por meio desta nota retratar-me perante os milhões de casais de namorados brasileiros, ofendidos por minha crítica descabida e infundada às suas supostas péssimas escolhas de autodivulgação de relacionamentos em redes sociais, em particular à do facebook. Conforme visto, lá não há alternativa digna dos nossos costumes. Tenho medo que um dia tenhamos que escolher "Em uma data" para mostrar que estamos namorando alguém.

O Aprendizado

Fiz questão de manter a postagem anterior, coerente e plausível na sua construção - pronta a formar uma opinião - porém viciada em sua própria materialidade, sem objeto válido que a sustentasse. Que sirva de exemplo, ainda que simples e elementar, dos perigos e delicadezas de quem lida com informação, seja produzindo ou consumindo-a. O blogue vai cumprindo assim sua função didática vislumbrada lá nos primeiros rabiscos.

domingo, 25 de dezembro de 2011

A Hipocrisia do Relacionamento Sério

 
É interessante constatar nas redes banais (sociais) o grande número de casais que definem sua situação amorosa como "em relacionamento sério". Afinal, o que isso significa?

Segundo o Maicon (dicionário Michaelis), relacionamento é o ato ou efeito de se relacionar. Sério, como adjetivo, tem acepções que vão desde algo honesto, de confiança, passando por características de disposição, aparência ou maneiras graves, sisudas, até chegar a algo que não é alegre, nem leviano ou frívolo.Mas um relacionamento, ainda mais do tipo amoroso/ afetivo, não deveria ser justamente algo leve, alegre, e tranquilo?

O engraçado é que pessoas que já estão namorando, há muito ou pouco tempo, outras que estão praticamente casadas; humanóides de todas as etnias, classes sociais e opções sexuais, estão colocando esse "status" que parece mais servir pra definir uma relação profissional do que pessoal. Afinal, relacionamento sério é o que se tem com seu chefe, colegas de trabalho, clientes: há diversas interações interpessoais constantemente regidas por códigos de conduta específicos para cada relação. Sexo? Só no sentido figurado: se fizer coisa errada, seu chefe pode te f. por isso.

De ordem mais pessoal, o casamento sim seria um relacionamento sério, com contrato assinado, testemunha e tudo. A relação entre pais e filhos é outro exemplo. A despeito do carinho e afeto que pode haver, nosso Código Civil traz uma série de obrigações e responsabilidades recíprocas que vão desde o nascimento destes, até além da morte daqueles.

Mas enfim, por que casais de namorados não colocam que estão namorando ao se autopromoverem nas redes? Seria uma espécie de medo, vergonha, precaução? Não sei. Não entendo. Talvez porque tenha amor no significante "nAMORando". As pessoas custam a se envolver emocionalmente, daí a exibirem-se demais perto desse sentimento... É um custo assumir publicamente que estão envolvidos com essa "coisa", ainda mais com a possibilidade de não dar certo diante dos olhos dos outros. Já a outra opção parece mais um compromisso, um acordo, um ato mais racional. Se der errado, tudo bem, é só desfazer a escolha. Ironicamente, o grande número de trocas – dentro do perfil de uma mesma pessoa – do status  "em relacionamento" para "solteiro" (e vice-versa) acaba evidenciando que essas relações não são nada sérias mesmo.

Mas namorar é isso: é errar, é tentar, é buscar. Não é nada mais, nada menos que:

na.mo.rar vtd 1 Esforçar-se para conseguir o amor de; cortejar, galantear. 2 Atrair, cativar, seduzir, inspirar amor a. vint 3 Andar em galanteios. vpr 4 Tornar-se enamorado; 5 Agradar-se, ficar encantado. vtd 6 Desejar possuir, cobiçar. vtd 7 Fitar com afeto e insistência. vtd 8 Empregar todos os esforços para obter.

(2011, Editoria Melhoramentos Ltda., Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa)