sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Texto Jornalístico

TEXTO JORNALÍSTICO IMPÕE RESTRIÇÕES DE ESTILO
Redação para mídia impressa envolve técnica e procedimento próprios do gênero


O texto jornalístico é objetivo, direto e conciso. Os períodos não podem ser longos, com muitas frases que se acumulam por subordinação ou coordenação, que acabam levando à utilização do “queísmo”, que é um mal a ser evitado nesse tipo de texto. Ficar usando gerúndio também, nem chovendo! O fato ou aconteceu, ou vai acontecer.

O primeiro parágrafo é o lead, e dele devem constar o quê, quem, quando, onde, como e por quê de um acontecimento, em ordem decrescente de importância. O segundo parágrafo é o sublide, e serve para comprovar, documentar algum aspecto do lead. “Se você tiver uma citação importante ou uma prova, ela não pode passar do segundo parágrafo. Coloque-a logo!”, disse o professor de jornalismo do Uniceub, Luiz Cláudio Ferreira.

Geralmente não se inicia parágrafo com advérbios de sufixo “-mente”. Os demais parágrafos trazem outros detalhes e informações, e devem ter tamanhos homogêneos.

Para informações adicionais, Intertítulo.

A força e a consistência do texto jornalístico advêm do uso de substantivos e verbos, em detrimento de advérbios e adjetivos. Os últimos devem ser usados com parcimônia, para descrições técnicas. Adjetivos valorativos são desnecessários, irritantes, frouxos e subjetivos demais.

Fuja de construções com os pronomes possessivos seu(s) / sua(s). Seu texto pode ficar ambíguo. Afinal, clareza é o que se busca em jornalismo. Segundo o manual da Folha, “o texto de jornal deve ter estilo próximo da linguagem cotidiana”. Não obstante essa assertiva indefectível, o periodista não pode esquivar-se de ir ao encalço do vernáculo.

Conclusões

Elas não existem no texto noticioso. O mais importante já passou. O leitor que chega até o último parágrafo tem muita curiosidade – ou muito tempo disponível. O jornalista não. A mídia impressa faz parte de uma indústria, com toda pressão que isso envolve em termos de cumprimento de prazos. O temível horário de fechamento recebe o nome de dead-line.

Nem tempo, nem espaço. A diagramação deve ser respeitada. Informações e anúncios publicitários disputam a área do papel. “O texto jornalístico é concreto, passível de ser medido em centímetros”, escreveu Dad Squarisi. “Se não couber no espaço reservado para ele, entra na faca dos editores”. Assim, a notícia pode tranquilamente acabar sem mais nem menos.



Referências:
- Lage, Nilson. Estrutura da Notícia. 5ª ed. – São Paulo: Ática, 2002.
- Squarisi, Dad. A Arte de Escrever Bem: Um guia para jornalistas e profissionais de texto/ Dad Squarisi, Arlete Salvador. 6ª ed. – São Paulo: Contexto, 2009.
- Manual de Redação da Folha, disponível no sítio http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_redacao.htm