segunda-feira, 22 de julho de 2013

Astro-Rei

Foto:Marcelo Sadio/ Vasco.com.br

Que diferença faz um jogador? O futebol tem 11 de cada lado, o jogo é coletivo. Se a matemática fosse precisa em campo, cada jogador seria responsável por cerca de 9,09% do time. Mas o futebol não segue essa lógica, ou qualquer outra razão definida e explicável.

Juninho Pernambucano voltou neste domingo (21/07) ao tenebroso meu-time do Vasco, que fazia campanha "claudicante" no campeonato brasileiro. O adjetivo que um comentarista de canal por assinatura usou não era necessário para definir a simplesmente péssima campanha do time cruz-maltino no torneio. Estávamos na zona de rebaixamento, sem perspectivas, sem favoritismo diante do clássico contra o atual campeão Fluminense.

O Vasco tinha acabado de causar a pior impressão possível na torcida que lotou o Estádio Nacional de Brasília para vê-lo jogar contra o arquirrival Flamengo. Não conseguimos ver 2 passes consecutivos certos trocados pelo time. Não vimos jogo, jogada ou jogadores que pudessem fazer-nos vislumbrar uma luz no fim do túnel.

Mas eis que surge Juninho, o camisa 10 (que veste 8), o maestro do meio-campo recém chegado dos estates. O cara que pede a bola e chama a responsabilidade pelo jogo. Como pode apenas uma pessoa mudar o futebol de um grupo todo?!... Logicamente, o Vasco não mudou da água pro vinho, mas com meia partida de diferença já pôde jogar, trocar passes e ganhar do atual campeão por 3 a 1.

Juninho tem 38 anos. Não corre os 105 metros de comprimento por 68 de largura do novo gramado do Maracanã. E nem precisa. Ele faz a bola correr/ faz o jogo fluir/ a garotada se mover/ e a torcida do Vasco sorrir. É como um sol que chega para realinhar as órbitas dos planetas. Trazer ordem ao caos de corpos em movimentação aleatória e confusa. Ser o centro de gravidade, de serenidade.

Os times brasileiros não dispõem de constelações como as que formam as equipes europeias. Nossos jogadores estão mais pra sorumbáticos do que pra galáticos. Mas pelo menos temos a chance de acompanhar "revoluções copernicanas" a cada vez que uma estrela aparece por aqui. Sem lunetas ou telescópios, é fácil perceber o que um (1) Seedorf faz/ traz ao atual líder Botafogo; um Alex ao vice-líder Coritiba; Zé Roberto ao Grêmio.

E agora, mais uma vez, Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior - o Juninho, nosso rei - brilha e faz brilhar o Clube de Regatas Vasco da Gama.